sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Aquele Cara

(Imagem: Milo Manara)


Aberta a porta
o beijo sem palavras foi o cumprimento 
em minutos...
todas as roupas no chão
 e as peles entraram em jornada para o alto
avançando encostas 
criando juntas um sistema de hidratação 
na base do suor 

um beijo mais longo que a noite
mantido intacto pelas quatro mãos 
nas duas cabeças coroadas pelos vinte dedos
sem pressa, mas com a força da imensa espera

língua, boca, dedos e mãos
extraindo todo tipo de líquido da pele
para sustentar um mundo que se torna fértil e úmido
é... o massapê da gente foi bem feito

olha...
a carne sabe de si e avança
cada parte do corpo vibra e dança
ijexá ensaiado durante centenas de anos
no voar  da mão percussiva
está a batida ecoando samba no meu no peito

e a felicidade 

onde, quando e como? 
com aquele cara, tudo!
no pensamento e nesta poesia
sorvi, suguei, salguei
e nada lamento



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