Cozinhei raiva no dendê... e do caldo grosso, cuide o tempo.
Lavei ódio no resto da cachaça e a sobra é da rua.
Retalhei rancor em cacos de garrafa espatifadas nas espadas.
Acabou o tempo da água suja.
Voo.
Voo.
Sem impurezas na pele, sem vestígios de lágrimas alheias, pois embaixo da água foi o que é da água.
E de líquido barrento e lama e lodo quem sabe tirar o bom é a mãe primordial.
Nada se reflete do espelho sujo da hipocrisia mundana
Nem esse reflexo me alcança.
Oxum me limpa. Exu me liberta em palavra e poesia vulcânica.
Dou o resto de mágoa cadáver para a pedra viva de Xangô
Esse sabe o que fazer, eu não.
E na minha pele nova, fininha, criança, que nada sobre.
Dos restos de tudo, come tu.
Toma todo espólio.
Toma todo espólio.
Encha, inche, estufe do que é seu.
Porre. Porra. Não Pare.
Nada disso me pertenceu e ficará, sangrou, fluiu, estancou, cicatriz em fogo que um dia nem verei mais na cara.
Que maravilha !!!!!
ResponderExcluirObrigada!
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