segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Poeta (para José Carlos Limeira)




O Poeta tem uma uma quartinha cheirosa

uma água que fala escorrendo negras rosas
largando sílabas saborosas
aveludosas, insinuadoras, levitosas

Amigo da noite, o poeta espalha luares
no peito insone de moças, mulheres, velhas-meninas
Incautas

O Poeta tem dedos longos de fala
que se fazem de falo para nos cutucar
Indômitos

Inimigo do cotidiano
o Poeta é surpresoso
é faceiroso, fruteiro

Ahn, poeta sem peia
Fica danadoso pelas casas dos outros
Invadindo lares 
se fazendo de teia

os olhos te olham
mas, nao te podem alcançar
se contentam com a fala cheirosa
e essa poesia marota
feita para encantar

4 comentários:

  1. Que lindo. Espero que Limeira tenha visto. Vou mostrá-lo agora mesmo. Lindão, Dani. Valeu, minha escritora.

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  2. Ele já viu !!!! Adorou. Adoro. Te adoro.

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  3. cada vez fico mais vaidoso! Acho sempre mais lindo!
    José Carlos Limeira

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    1. Publiquei hoje, novamente. Feliz aniversário, Poeta. Sua súdita poética.

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